"O cordel aqui no mundo
magia que surpreende
a sua rima estrutural
riqueza que não se vende
é um dom dado por Deus
algo que se aprende
Repentista é homem sábio
tu és muito inteligente
tuas palavras provêm
do poder da tua mente
por ter este privilégio
se estende a muita gente
Tuas palavras viajam
apressadas sem parar
o leitor tem reações
que chega a se apaixonar
e às vezes tua sextilha
faz alguém se apaixonar"
De acordo com Pedro Costa, presidente da Funcor e idealizador do Cordel nas Escolas, o projeto existe desde o ano de 2005. Em 2009, os trabalhos foram feitos em mais de 50 escolas em todo o Piauí. "Hoje o Cordel nas Escolas é um projeto que está amadurecido, mas estamos aprendendo a cada dia e colocando isso em prática nas escolas. Então já tem desde 2005 começamos, em 2006 continuamos, em 2007 trabalhamos na rede estadual e do município, em 2008 só no estado, em 2009 no estado também, são mais de 50 unidades escolares contempladas com o projeto, e o total de escolas já contempladas somam 128 escolas e esse ano tivemos mais 50, quase 200 escolas só na capital. Nós fazemos uma explanação sobre a origem dessa cultura e porque literatura de cordel, o que é cordel, o que é repente, nós aplicamos isso fazendo demostrações, nosso projeto é completo, e vai o violeiro, vai a literatura de cordel, vai o próprio cordelista e ai os alunos tem uma noção de que também são capazes de fazer. Nada de mistério, nada de 'gênio'. É simplesmente uma questão de querer, e ter vontade de fazer as coisas. E através dessa oportunidade na escola nós utilizamos apenas um quadro que fique disponível para todos os alunos do universo escolar naquele turno. Todo mundo tem acesso à literatura de cordel.
Na análise da professora de língua portuguesa Antonia Maria Chaves, que também é coordenadora pedagógica de uma das escolas onde o Cordel nas Escolas foi realizado, o projeto desperta o interesse do aluno pela escrita, auxilia nas outras disciplinas e ainda contribui para uma formação cidadã. "A leitura permeia todas as outras áreas do conhecimento. Até a questão mesmo da compreensão do mundo. Não tem como formarmos um cidadão, não tem como um aluno ser crítico, se posicionar diante dos fatos, diante das situações e até mesmo ser um aluno que interfere na realidade que ele está inserido se ele não for um leitor. A leitura constrói. É ela realmente que constrói o cidadão. É através da leitura que o aluno vai construir seu próprio conhecimento."

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